domingo, 28 de setembro de 2008

Chiquitita e a amizade!




Uns dizem que são como família, os irmãos que não têm, os irmãos que escolheram. Há os que são indispensáveis, os que são brigões, os que são irresponsáveis, os que são muito carentes, os que somem, os que ligam todo os dias, há ainda aqueles que pensam que são mães e pais. Não importa o que sejam ou como nos tratem, desde que lhes dispensemos a alcunha de amigos.

Ouvido um hit do grupo sueco ABBA, sucesso dos anos 70, pensei em todos os amigos que tenho e me dei conta que já vivi várias vezes situações nas quais uma certa música se encaixava tão bem, e nem adianta falar mal do titulo, é isso mesmo: Chiquitita.

Chiquitita, tell me what's wrong
(Chiquitita, conte-me o que está errado)
How I hate to see you like this
(Como eu odeio te ver desse jeito)

Você já se perguntou como os seus amigos sabem que você está mal? Tudo bem que você não sai de casa há três meses e só atende ao telefone com aquela voz rouca, deixando ouvir ao fundo All by myself. Só que esta não é realmente a questão...o importante para o amigo não é saber que “aquela pessoa de coração interesseiro de pedra, biscate e arrogante” te deixou, mas sim que você “precisa dar a volta por cima”. E assim tudo começa...

Chiquitita…I'm a shoulder you can cry on
(Eu sou um ombro no qual você pode chorar)
Your best friend, I'm the one you must rely on
(Seu melhor amigo, eu sou o único em quem você deve confiar)

É. Naquele velho amigo não só se pode, como se deve confiar. E chorar com ele. Penso nos bares onde já fui para falar e falar e falar com vários amigos sobre várias coisas e sempre tive um ombro (ou até mesmo dois) para me apoiar.

Chiquitita, you and I know how the heartaches come and they go and the scars they're leaving
(Você e eu sabemos como as decepções amorosas vêm e vão, e as cicatrizes que deixam)
You'll be dancing once again and the pain will end
(Você estará dançando outra vez e o sofrimento acabará)

Creio que todos precisamos ouvir alguns clichês. Por mais que tente, o ser sofrido e humano que cada um carrega em si tem que saber que alguém se importa, que alguém está ali por ele, com ele, que não está só...que não estou...que você não está...enfim.

Chiquitita, tell me the truth…there is no way you can deny it
(Conte-me a verdade…não há como negar)
I see that you're oh so sad, so quiet
(Eu vejo que você está tão triste e quieto)

Há algum modo realmente infalível de mentir a um amigo? De sorrir, quando o coração chora? De ser positivo e alegre, quando seus pensamentos estão imersos em tristeza e chateação? Eu diria que não. A questão da amizade está justamente na habilidade que temos de conhecer alguém tão bem, que não se precisa realmente trocar palavras e sim olhares, não se precisa falar muito e sim abraçar, não se precisa explicar, mas sim entender.

Chiquitita, you and I cry (você e eu choramos)
But the sun is still in the sky and shining above you
(Mas o sol ainda está no céu e brilha sobre nós)
Let me hear you sing once more like you did before
(Deixe-me ouvir você cantar mais uma vez, do modo como você fazia antes)
Sing a new song, Chiquitita
(Cante uma nova música)

Chorar sozinho é depressão. Chorar acompanhado é amizade. Rir sozinho é loucura. Rir acompanhado é diversão. Cantar sozinho é estranho. Cantar acompanhado é sempre engraçado. Pois é, nem amigo imaginário pode-se ter mais, afinal isso é esquizofrenia, não é? Por essas e outras razões estou sempre bem cercado de pessoas com as quais me identifico e pelas quais me defino, com quem tenho afinidades e bons motivos para encontrar, aquelas a quem dispenso a alcunha lá de cima, meus amigos.

Hasta!
Dr. Dio Balladeiro

1 comentários:

Carol Sakurá 29 de setembro de 2008 às 08:45  

Por essas e outras que tenho vc como meu " Chiquitito"!
De verdade...
BISOUS!

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